domingo, 25 de julho de 2010

Voar


Hoje descobri que posso voar

perco a noção do tempo

não sigo placas nem relógios

apenas flutuo

percebo que meus pés podem ir além

a cada movimento

então devagar sou levado

para o novo

satisfação e euforia

não tenho medo de cair

minha única preocupação

é descobrir que nunca fui feliz!

voar

domingo, 18 de julho de 2010


A torneira aberta, faz a água jorrar numa velocidade intensa, que às vezes mesmo fechada sinto ela correr pelo meu corpo.
Tudo isso me faz pensar no que interessa e no que não interessa na minha vida. Se estou dentro de um ônibus as cinco da tarde, sei que o que me interessa é chegar rápido em casa, tomar um banho e devorar um prato de macarrão. Mas sei que não me interessa estar dentro de um ônibus compartilhando conversas, gestos, olhares e odores. Por outro lado quando estou num consultório de algum médico dentre tantos que eu vou, sei que não me interessa saber o que ele vai me dizer, mas talvez me interesse flertar com alguém na sala de espera.
Ajo como se soubesse de alguma coisa, mas reservo-me o direito de experimentar.
Prefiro não fechar a torneira.

-Parece que a qualquer momento vamos afundar e talvez se afogar
-Será que você pode-me da um abraço?
-Por que isso agora?
-Porque hoje na venda do seu Nicolau eu descobri que meus os meus sonhos são os mesmos de vinte anos atrás.
-Parece que vai chover.
A luz vai abaixando e começa a tocar uma cançao antiga

Retratos


Por muitas vezes se sentiu sozinho, mas ao ver aquelas fotografias espalhadas no chão, teve a certeza que não eram apenas retratos. Aquele lugar nunca visto antes parecia sempre ter existido, não pensou duas vezes levou aquelas fotos envelhecidas pelo tempo que parecia ser um passado de hoje.
Ao chegar ao seu apartamento, abriu um vinho e ali ficou a madrugada toda nomeando as pessoas que estavam nas fotos como se fossem pessoas da sua família.
Dormiu como um anjo sabia que não estava mais sozinho.

Ruídos


Buzinas, latidos, línguas, risadas, pingos de chuva, barulho do mar, sinos da igreja, lágrimas, som de um mosquito, silêncio!
O pavilhão auricular estava aqui o tempo, logo sou eu recebendo ondas sonoras que se transformam em sinais elétricos, só que agora sei lidar com isso, sou uma lâmina de cartilagem elástica e minha função principal é deixar tudo agir como um funil e direciono para onde eu quero. Deixo vibrar!